{CRÍTICA} Guardiões da Galáxia Unknownquarta-feira, 30 de julho de 2014 1 comentários

"A salvação dos filhos dos anos 90, órfãos dos anos 80, que não conseguiram ver a história nas telonas!"

Título Original: “Guardians of the Galaxy”

Ano: 2014

Diretor: James Gunn

Roteiristas: James Gunn, Nicole Perlman

Elenco: Chris Pratt, Vin Diesel, Bradley Cooper
Sinopse Oficial: "O aventureiro Peter Quill (Chris Pratt) rouba uma esfera pertencente ao poderoso vilão Ronan, e passa a ser procurado por vários caçadores de recompensas. Para escapar ao perigo, ele une forças com quatro personagens fora do sistema: Groot, uma árvore humanóide (Vin Diesel), a sombria e perigosa Gamora (Zoe Saldana), o texugo rápido no gatilho Rocket Racoon (Bradley Cooper) e o vingativo Drax, o Destruidor (Dave Bautista). Mas Quill descobre que a esfera roubada possui um poder capaz de mudar os rumos do universo, e logo o grupo deverá proteger o objeto para salvar o futuro da galáxia.”.

Logo após 2012, quando foi anunciado o longa de “Guardiões da Galáxia”, o grande público viu o anúncio com certo ceticismo. O grupo já se fazia obscuro há muitos anos dentro da Marvel Comics e a linha cósmica da editora sempre agradou mais um nicho de que o dito “leitor comum”.

Saíam fotos e alguns entusiastas começavam a se empolgar. Aquele clima há muito esquecido de “Guerra nas Estrelas” (sim, a trilogia original, antes do filme/atentado “Star Wars – Episódio I”), junto à atmosfera cômica e ousada do trailer chamou a atenção dos já seguidores das sagas “Marvel Studios”.

O humor que circundava o filme assustou alguns espectadores mais céticos, até porque o clima de humor “Friends”/ “Two and a Half Man” que preenchia os filmes do Homem de Ferro e Thor já começava a incomodar. No último longa do Capitão-América, repleto do clima “Trilogia-Bourne-Matt Damon” reforçou a confiança da audiência: a Marvel estava disposta à preservar e emplacar suas obras com o máximo de entusiasmo.

Guardiões da Galáxia é um filme corajoso. Essa é a melhor definição para a empreitada da Marvel. O humor está lá, a ação está lá, as referências estão lá (para você leitor da Marvel e pra você entusiasta da década-antes-da-sua), a computação gráfica está lá, mas tudo misturado de um modo que você não viu nas outras franquias da Marvel ou no cinema blockbuster, há tempos.

Então a primeira pergunta que muitos andam se fazendo: a Marvel Studios criou o Star Wars que essa década precisa? A resposta é: não. Temos um filme de ficção espacial, com raças diferentes e uma realidade apresentada como ocorreu com a série de George Lucas, sem muito didatismo. Mas os filmes são distintos em diversos pontos, e Guardiões é muito mais aventuresco em si. Há um mix de referências, o climão do filme e a trilha sonora que remete aos anos 80, mas sem usar uma franquia de muleta. Pegue Indiana Jones, Guerra nas Estrelas e De volta para o Futuro, bata num liquidificador, e pronto, uma franquia de sucesso dá a luz nas telonas.

O humor está presente em peso, mas, de novo, saindo do lugar comum do típico humor “Warner Channel” que polui um pouco os longas do Homem de Ferro e do Poderoso Thor. As tiradas, uma atrás da outra, são surtadas, mas não vai fazer aquele fã chato do Charlie Harper rir sozinho. Os diálogos são dinâmicos, as soluções ousadas e o Diretor Gunn não teve medo de investir no “diferente”. 

Fica referências à Footloose e Kevin Bacon, músicas da época, piadas com os “maneirismos” do planeta Terra, dentre outros.

Os personagens foram todos bem caracterizados. “Star-Lord” um pilantra de marca maior; Gamora uma assassina atraente e corajosa, dona do seu próprio código de conduta; Drax, um brutamontes com uma inteligência literal impressionante, em busca de vingança; e Rocket Racoon (um guaxinim casca-grossa e irônico) e Groot (uma espécie de Ent do Universo Marvel, com um coração de ouro envolto por uma couraça bruta), dois mercenários parceiros que fazem muito as vezes de Solo-Chewie – cabendo lembrar que várias das melhores cenas vêm deles e que em Rocket vemos um substituto mais do que apto para Tony “Downey Jr.” Stark, que já vem exigindo pequenas fortunas para participar dos filmes da Marvel.

Além deles temos Ronan, o Acusador, um Kree Fanático em toda sua essência, um vilão forte, que te convence de sua periculosidade. Nebulosa também é uma personagem legal e faz um ótimo contraponto à Gamora.

Há uma ponte leve com os outros filmes da Marvel. Para quem acompanhou o Universo desde sua criação, já há pontas que se amarram e revelações mais do que bacanas.

A condução e a conclusão da história são muito satisfatórias, em um clímax que envolve luta física e batalhas de naves, tudo o que você espera de uma aventura espacial. Como dissemos, o mix e a referência dos roteiristas e do diretor são empregados para te entregar uma experiência que não surge no cinema blockbuster tem alguns anos. Aquela experiência que só o seu irmão mais velho de 35 anos conseguiu curtir, ainda que de leve? Essa é a sua vez.

Infelizmente a sessão de hoje não teve cena pós créditos, ou seja, não temos A MENOR IDEIA do que virá por aí. Apostamos no trailer de “Os Vingadores 2: A Era de Ultron”, assim como houve com Thor na chamada “Fase 1” da cinessérie.

Concluindo: Guardiões da Galáxia é um filme corajoso que vai te fazer rir muito e vai te mostrar um modo de fazer filmes de ação que você só deve ter visto naquele VHS embolorado. Aprovamos, e muito, a iniciativa da Marvel Studios e esperamos que o resultado seja muito positivo para vermos mais Guardiões da Galáxia nas telonas.

Não deixe de ver o filme nesse final de semana e compartilhe conosco sua experiência! Aprovou ou não? O espaço é seu e esperamos seus comentários!