The Macaco of Us
Dawn of The Planet of the Apes
EUA , 2014 - 130min
Ação
Direção: Matt Reeves
Roteiro: Rick Jaffa, Amanda Silver e Mark Bomback
EUA , 2014 - 130min
Ação
Direção: Matt Reeves
Roteiro: Rick Jaffa, Amanda Silver e Mark Bomback
Elenco: Andy Serkis, Jason
Clarke, Gary Oldman, Keri Russell, Toby Kebbell, Kodi Smit-McPhee, Judy Greer.
Sinopse: “Dez anos após os eventos do filme anterior, César (Andy Serkis) e os demais macacos vivem em paz na floresta próxima a São Francisco. Lá eles desenvolveram uma comunidade própria, baseada no apoio mútuo, para que possam se manter. Enquanto isso, os humanos enfrentam uma das maiores epidemias de todos os tempos, causada por um vírus criado em laboratório, chamado vírus símio. Diante disto, um grupo de sobreviventes liderado por Dreyfus (Gary Oldman) deseja utilizar a usina hidrelétrica, mantida pelos símios, para restabelecer a energia elétrica, estando disposto a entrar em combate por ela, se for preciso. Só que Malcolm (Jason Clarke), que conhece bem como os macacos vivem por ter conquistado a confiança de César, deseja impedir que o confronto aconteça.”
Sinopse: “Dez anos após os eventos do filme anterior, César (Andy Serkis) e os demais macacos vivem em paz na floresta próxima a São Francisco. Lá eles desenvolveram uma comunidade própria, baseada no apoio mútuo, para que possam se manter. Enquanto isso, os humanos enfrentam uma das maiores epidemias de todos os tempos, causada por um vírus criado em laboratório, chamado vírus símio. Diante disto, um grupo de sobreviventes liderado por Dreyfus (Gary Oldman) deseja utilizar a usina hidrelétrica, mantida pelos símios, para restabelecer a energia elétrica, estando disposto a entrar em combate por ela, se for preciso. Só que Malcolm (Jason Clarke), que conhece bem como os macacos vivem por ter conquistado a confiança de César, deseja impedir que o confronto aconteça.”
Eu sou um GRANDE fã de X-Men (Renato, você acabou de errar o filme). Bem, na
verdade não errei não e esse introito é importante para conceituá-los. Por
influência de um primo mais velho, eu cresci sob a influência dos X-Men,
debaixo da sombra dos “Mutantes com poderes extraordinários que treinam todos
os dias para proteger uma sociedade que os teme e odeia.”. Com isso, toda essa
dinâmica do opressor/oprimido foi muito importante para a formação do meu
caráter e a minha pessoa. Por coincidência (ou não) esse mesmo primo me mostrou
a “música punk” e me fez descobrir toda uma realidade. Por anos eu fui um
acompanhante do cenário punk paulistano e, de novo, a defesa dos oprimidos
entrou em cena como ponto alto tratado dentro deste cenário. Isso me influenciou
politicamente e hoje minhas convicções políticas e todos as coisas que eu
rejeito e não apoio vieram do desenvolvimento deste ponto. Sou vegetariano há
08 anos, fui vegan por 04 anos e tenho em ponto cativo as questões inerentes à
libertação animal. E, de novo, tudo isso começou com X-Men.
Então, considerando esse cenário, já
dá para imaginar a minha empolgação inicial com o filme anterior da franquia,
Planeta dos Macacos: A Origem (Rise of the Planet of the Apes, de 2011). O
filme se calca na relação opressor/oprimido, explorando toda essa questão da cobiça
humana, sua exploração dos seres vivos e sua completa falta de empatia e
solidariedade para com outros seres vivos que ocupam o nosso planeta. O longa
de 2011 tem como ponto alto a virada, a revolução dos símios e sua capacidade
de sobrepujar seus opressores, mesmo em um cenário de desvantagem. Sutilmente,
sem muito alarde, o vírus símio, uma arma química fabricada em laboratório,
começa a atingir suas primeiras vítimas.
Dez
anos depois, os efeitos da epidemia foram devastadores, em nível global. A
humanidade, praticamente sobrepujada, enfrenta momentos de penúria em poucos
centros de sobrevivência, em uma realidade extremamente paralela ao BLOCKBUSTER
AAA+ da geração passada de videogames, o inigualável THE LAST OF US.
Os
efeitos do primeiro longa se enraizaram neste mundo e, agora, deixamos o cenário
opressor/oprimido para trás (no mundo atual, tudo isso já foi superado) e somos
apresentados à um conflito de desconhecidos, do preconceito. Os traumas humanos
são lendas contados pelos mais velhos e apenas um “bicho papão” para os mais
novos. Do lado dos humanos, há um medo dessa evolução dos símios e uma
culpabilização pela epidemia (muitos refutam em aceitar a realidade de que os
humanos causaram sua própria queda).
Portanto,
ainda que se afaste daquele tom do longa anterior (o que foi motivo de
reclamação por alguns), este Planeta dos Macacos é um filme TENSÍSSIMO, ainda mais
que o anterior. E um paralelo com X-Men ainda pode ser adotado: Caesar atua
MAIS OU MENOS como um Professor X, buscando a coexistência pacífica
interespécies, e Koba, vítima da fúria e da bestialidade humana (pois carrega
as cicatrizes da ciência humana em sua pele) faz as vezes de um Magneto,
compreendendo que não há saída para este mundo que não seja o ataque prévio dos
símios, antes que os humanos tomem a dianteira.
Andy Serkis, novamente no papel de
Caesar, demonstra porque é um astro de Hollywood sem nunca ter seu rosto
presente nos filmes. Caesar é um dos personagens mais fortes e carismáticos do
cinema Blockbuster deste século. Ele é um líder destemido que seguiríamos até o
fim. Forte, imponente, paciente, sábio... Caesar carrega as qualidades que pra
sempre serão lembradas como o líder definitivo. Koba, por sua vez, carrega na
pele as cicatrizes do rancor. Está marcado neste símio a completa incapacidade
de perdoar e deixar passar a dor que lhe foi causada. E mais, ele SABE o que
será feito caso permita que os humanos se aproximem, então não mede esforços
para realizar o que precisa ser feito.
Entre este ponto, temos Gary Oldman,
muito bom, mas não perfeito (o que já é ótimo, pois este é provavelmente o
melhor ator do cinema mainstream em atividade). Com a personalidade mais
combativa, os trailers enganam, E MUITO, quanto ao que esperar de seu
personagem. Já o Malcolm (personagem de Jason Clarke) é o pacifista do
lado dos humanos e busca solucionar as questões por meio da compreensão e da
razão.
Planeta dos Macacos: O Confronto não
deixa de ser um Blockbuster, claro. Ele trata as questões grandiosas que nos
são mostradas, de maneira digerível para o grande público. Isso não significa,
nem um pouco, que o filme não seja ÓTIMO, mas só não quero enganá-los com o que
disse até aqui. Este não é um filme de Lars Von Trier e as soluções são muito
visuais e os diálogos, embora afiados, não necessitam de um Doutorado para sua
digestão. Temos em mão o grande Blockbuster de verão americano.
Os conflitos advindos das ações símias
e humanas são empolgantes e não deixarão você piscar, nem por um minuto. Temos
o filme com maior atuação de atores por “MoCap” e praticamente não há como
diferenciar os símios do que há de físico naquele cenário. É realmente um
trabalho sublime o que fora realizado. A força do olhar de Caesar traz
confiabilidade: ele é REAL e te amedronta. Você não poderia encará-lo, nem se
quisesse.
Ainda que eu entenda que alguns pontos
poderiam ter sido melhor explorados (e trariam um fôlego novo à franquia), não
vou comentar aqui para não estragar a experiência de nenhum de vocês. O filme
entrega tudo o que promete há uma gigante chance de termos uma terceira parte
realmente épica. Começam as especulações: poderia essa franquia terminar, mais
ou menos, onde começou a cinessérie anterior (com aquele remake de 2001)?
Com as diferenças de lado e
compreensões novas, Caesar consegue ver, com clareza, porque a coexistência poderá/poderia
ser pacífica. Lutamos tanto para nos ver como seres únicos e superiores, mas,
quando paramos pra pensar, sangramos, sofremos e sentimos dor, como a maioria
dos animais. Só isso já é o suficiente para procurarmos mais pontos em comum e
estender o respeito. Caesar bate uma estaca neste ponto e prova porque merece a
sua confiança, mesmo que ele o leve até o inferno.
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