quinta-feira, 14 de agosto de 2014

{CRÍTICA} O Que Aconteceu ao Homem Mais Rápido do Mundo?
Alex Nascimentoquinta-feira, 14 de agosto de 2014 0 comentários


Gênero: Ficção, Drama, Super Heróis, Alternativo
Roteiro: Dave West
Arte: Marleen Lowe
Editora: Gal Editora
Páginas: 64
Nº Total de Edições: Edição Única
Periodicidade: -
Ano da Publicação: 2010
Preço: R$ 22,00
Sinopse Oficial:❝Quando um terrorista planta uma poderosa bomba no centro de Londres, o caos e o desespero recaem sobre o Reino Unido e uma tragédia de enormes proporções pode ocorrer a qualquer momento. Acompanhando essa crise pela TV, o jovem Bobby Doyle sabe que é o único que talvez possa evitar a catástrofe usando o estranho dom com o qual nasceu - o poder de parar o tempo à sua volta. Mas como salvar milhares de inocentes se isso pode significar um sacrifício inimaginável?

Bom... por onde começo? Claro que alguns espertinhos lendo essa resenha vão responder de bate e pronto: ❝Do começo ora❞! Nunca é fácil falar de um quadrinho ou mangá negativamente. Ainda mais quando sua opinião costuma ser uma exceção a regra, pelo menos até onde acompanhei.

A primeira vez que tive conhecimento da existência de ❝O que Aconteceu ao Homem mais Rápido do Mundo❞ foi em um vídeo de um canal de quadrinhos que acompanho. Não sei porque, mas tive uma súbita e repentina vontade louca de comprar , e consequentemente, ler a obra. Pra minha surpresa, encontrei um exemplar dando bobeira na prateleira de uma das lojas Leitura próximas ao meu bairro. Não pensei duas vezes e comprei. Aproveitando do fato de que é uma história pequena (é um encadernado finíssimo, mas as páginas não são numeradas), eu resolvi ler no mesmo dia. Talvez eu tenha colocado expectativa demais, mas o fato é que a HQ não me empolgou.

A história não perde tempo e começa nos apresentando o protagonista já observando com olhos atentos aos noticiários da TV sobre a catástrofe que se abate sobre Londres. Tudo que é preciso saber sobre o ❝x-men❞ em questão é explicado no desenrolar da trama, através da narrativa do autor. Reconheço que Doyle é um bom sujeito e que tem um bom coração, afinal de contas, sem perder tempo, ele congela imediatamente o tempo (o que, consequentemente, o torna o homem mais rápido do mundo) e parte para o epicentro da catástrofe. Mesmo percebendo que o raio de explosão é gigantesco (3Km) e que a bomba não pode ser desarmada, ele não foge do problema. Ele resolve carregar uma por uma as pessoas até uma distância segura. A partir daí, a história passa a girar em torno disso: as dificuldades e empecilhos de se carregar os inocentes, que são milhares, por uma distância tão longa. Além do peso de cada corpo, é preciso levar em consideração que pra tirar uma pessoa do chão e carregá-la, Bobby precisa liberar o tempo para seu fluxo normal durante a quantidade de segundos necessários para realizar tal ato. Com isso, a uma hora inicial que demoraria pra bomba explodir vai diminuindo a cada salvamento. Preso em seu espaço tempo, ele precisa ainda comer, beber, descansar e dormir. O problema é que o tempo continua a fluir normalmente para ele enquanto para os demais congelados não. Nosso herói também descobrirá que é impossível salvar a todos, fato que não vou explicar afim de evitar spoilers. Anos se passam nessa peleja interminável até que a tarefa termine e seja mostrado um Doyle velho e exausto. Nesse tempo todo, acompanhamos as loucuras que a solidão causa: conversar, comer, chorar, rir... toda interação é feita com pessoas imóveis.

❝Ele não era um Super-Herói. Ele nunca pensou em salvar o mundo! Mas às vezes é impossível fugir do destino…❞

Apesar de ser cercada de enorme altruísmo, a história não me empolgou. Além de extremamente simples, tudo se passa de forma muito corrida e as vezes mal exploradas. A frase acima diz bem um pouco disso: para alguém que nunca quis ser um herói, Bobby aceita sem nenhum questionamento e com muita facilidade seu destino. Para uma HQ que preza pelo realismo de se ter poderes sem ser um fantasiado, eu lhe pergunto: onde estão os dilemas e questionamentos pessoais? Você com tal dom, passando por tais provações, aceitaria de bom grado doar sua vida e seu futuro em prol dos outros sem nem mesmo titubear por um segundo ou se questionar se vale a pena? Sinceramente também temos a  questão de um personagem interagindo o tempo inteiro sozinho, o que é bacana e funcionou em outras mídias, como o cinema em Eu Sou a LendaNáufrago, porém na minha opinião, não funcionou bem aqui. Achei a história extra que mostra o ainda jovem Bobby descobrindo seus poderes enquanto tenta salvar seu cachorro muito mais produtiva e emocionante.

Vamos falar agora da arte. A ideia de fazer a capa do encadernado idêntico à capa de um jornal, que traz a notícia de um feito anterior de Bobby Doyle, foi excelente, e ficou linda por sinal. Porém sobre o restante não posso ser tão otimista. Não concordei com outras resenhas que li (sim, quando vi que minha opinião diferia da vista no vídeo citado, corri atrás de outras fontes na internet), afinal todas elas apontaram como sendo ❝lindíssima❞. Achei os traços de Marleen Lowe medianos. Em alguns momentos são sim bem bonitos, mas na maioria das vezes é um traço meio caricato e estranho. Claro que não vou negar que a solução encontrada pela desenhista para mostrar a diferença entre o tempo normal e fluente do protagonista para o tempo congelado do resto do mundo é ótima. Quando Doyle congela o tempo, ele continua sendo desenhado com traços normais, nítidos. Já o restante do mundo que o cerca passa a ficar meio embaçado. Acho que teria ficado ainda melhor se a revista fosse colorida.


A edição brasileira ficou bem caprichada, principalmente se levarmos em consideração que está é uma obra pequena e desconhecida do público geral. O encadernado é brochura e o papel usado não é o jornal vagabundo que a maioria das editoras costumam usar (leu isso Panini?), é papel offset. A Capa é cartonada e possui relevo no título e nas fotos (o mesmo vale para a contra-capa). Nos extras, temos textos escritos pelo autor e artes desenhadas exclusivamente para a edição tupiniquim. O preço de R$ 22,00 reais é justíssimo e compensa todo o trabalho da Gal Editora.


Bom, pode ser que eu seja meio chato (principalmente com materiais alternativos), ou, como citei antes, tenha criado expectativas demais. O fato é que eu recomendo a HQ apenas se você tiver uma graninha sobrando (o que é difícil pra qualquer colecionador) e tenha ficado curioso pra ler com seus próprios olhos e tirar suas próprias conclusões. A minha edição inclusive está disponível para trocas e venda, caso alguém tenha interesse.  =p

Minha Nota: ★★☆☆

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